sexta-feira, 17 de outubro de 2008

"É PROVA DE AMOR" DIZ ADVOGADO DE LINDEMBERG


Chamado pela família para dar apoio jurídico a Linbemberg Alves, de 22 anos, o advogado dele, Eduardo Lopes, considerou nesta sexta-feira (17) o seqüestro de mais de 90 horas em Santo André, no ABC, em São Paulo, como uma "prova de amor".

Alves não se conformou com o fim do relacionamento de quase três anos com uma adolescente de 15 anos e a mantém sob a mira de armas desde as 13h30 de segunda-feira (13). "Esse caso é diferenciado porque, em 90% das vezes, o autor [do seqüestro] faz certas exigências. Pede a presença do advogado e da imprensa ou alguma vantagem financeira. A única exigência dele é ficar ao lado da mulher amada", afirmou Lopes. Desde o início, ele acompanha o caso da escola feita como base da polícia no CDHU da periferia de Santo André, mas disse que "não tem acesso às negociações" e que o único contato com o cliente ocorreu na terça-feira (14).

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Lopes informou que, se tivesse chance, explicaria a Alves que ele terá assessoria jurídica e como ficaria sua situação. É nisso que ele aposta como razão para uma possível rendição do seqüestrador, que também faz refém uma amiga da ex-namorada, de 15 anos. A menina tinha deixado o apartamento na noite de terça-feira (14), mas voltou ao local na manhã de quinta-feira (16) para ajudar nas negociações entre o seqüestrador e a polícia. "Talvez com a informação de que tem assessoria jurídica ele se entregasse", disse Lopes. Ele estipulou em três anos a pena pelos crimes até então cometidos por Alves: privação de liberdade, com agravante pelo fato de as vítimas serem menores de idade, porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo. De acordo com ele, com toda essa "parafernália", a presença da multidão e da imprensa, o jovem pode ter "a impressão de que isso pode representar prisão perpétua". "Ele acha que cometeu o maior crime do mundo", completou o defensor.


Lindemberg (à esq.) abraçado ao irmão da ex-namorada (Foto: Reprodução)
Atacante
Conhecido como "Liso", Lindemberg Alves, 22, é descrito como um bom jogador de futebol. O time dele foi campeão em um torneio disputado na quadra da escola que atualmente está fechada por causa do seqüestro. "Ele é atacante, joga bem", contou o ajudante-geral José Evair Domingues, 41, que afirmou ter organizado a competição no ano passado. O motivo dos jogos seria arrecadar fundos para ajudar uma menina com câncer. Apesar do bom relacionamento com Alves, o também morador do conjunto habitacional criticou a postura do amigo. "Eu não estou gostando disso. A pessoa tem que ter Deus no coração", contou Domingues. A maioria dos vizinhos se diz surpresa com o caso. "Ele é uma pessoa alegre", afirmou outro colega. Em uma das fotos mostradas pelos amigos, Alves aparece abraçado ao irmão caçula de sua ex-namorada, que foi colega de time. Leia mais notícias de São Paulo (O GLOBO ON LINE, 17/10/2008)

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