domingo, 20 de janeiro de 2013

DE QUEM É A CULPA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER?

Você acredita que a mulher é culpada pela violência contra ela? (Foto: iStock)Os últimos meses foram especialmente difíceis para as mulheres. E
qualquer pessoa que sinta amor pelo próximo, compaixão e acredite num
mundo melhor, ficou chocada com os crimes bárbaros dos quais vou falar
agora.
No Ocidente, temos o costume de nos acharmos civilizados e
intelectualizados, mas nem sempre a maneira como nos enxergamos
reflete o que realmente somos. Os dados abaixo são de diversas partes
do mundo e nos deixa claro que, apesar do problema ser o mesmo, a
reação das pessoas não é. Aceitar o que acontece é, sempre, uma opção.
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Amor, igualdade e respeito (Veja, Jean Wyllys e a opinião pública)

Vamos falar aqui sobre o corpo feminino e todas as reações que ele
desperta, as relações de poder, de desejo, o respeito e os abusos que
permeiam nossa experiência de sair de casa todos os dias. Vamos falar
basicamente da violência sofrida por um único motivo: ser mulher.
Estupro coletivo Depois de ir ao cinema com o namorado, Jyoti Singh Pandey, uma
estudante de medicina, entrou no ônibus para voltar para casa. O casal
encontrou um grupo de homens que achou que não havia problema espancar
o rapaz e estuprar a garota. Além de ser abusada sexualmente repetidas
vezes, ela foi agredida com um barra de ferro e depois atirada do
veículo seminua junto com sua companhia.
Jyoti foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos, três
cirurgias e uma parada cardíaca e faleceu após alguns dias. Os réus,
apesar de terem sangue da vítima em suas roupas e terem os rostos do
retrato-falado, declaram-se inocentes.
O caso incitou manifestações e levou pessoas às ruas para pedir mais
segurança às mulheres, o que fez com que a investigação ocorresse mais
rapidamente e medidas de melhoria estejam sendo estudadas pela
polícia. Em 2011 foram registrados 568 estupros em Nova Délhi.
Homens da lei
Viviane Alves Guimarães Wahbe foi a uma festa do trabalho. A
estagiária do escritório Machado Meyer, um dos maiores do país, que
estudava direito na PUC, escreveu um relato sobre aquele dia. Ela
conta que bebeu duas taças de champanhe e não lembra das coisas, o que
tinha na cabeça eram flashs. Esses flashs a mostram sendo estuprada. Nos
relatos, ela escreveu que havia sido drogada e estuprada.
A festa aconteceu no dia 24 de novembro, a família disse ter notado
sua mudança de comportamento já no dia seguinte e, em 3 de dezembro, a
jovem se matou atirando-se do 7º andar do prédio em que morava.
No Brasil, o caso não repercutiu. A morte só foi divulgada no dia 30 de
dezembro, apesar de ouvir-se entre jornalistas que a informação já
estava correndo nas redações dos maiores jornais de SP. Por aqui não
houve manifestações, ninguém pediu justiça e o caso corre em segredo
de justiça, como tantos outros que envolvem ricos e poderosos.

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