quinta-feira, 23 de abril de 2015

Noivo foi preso e indiciado por feminicídio. Vídeo nas redes sociais mostra momento do assassinato


A dançarina goiana Amanda Bueno, de 29 anos, ex-integrante de grupos de funk Jaula das Gostozudas e Gaiola das Popozudas, foi morta na noite de quinta-feira, em Nova Iguaçu (RJ) após se desentender com o noivo, Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, de 32 anos. Ele já foi indiciado por feminicídio. Uma irmã da vítima viajou ontem para o Rio de Janeiro a fim de providenciar o translado do corpo para Goiânia. O sepultamento da dançarina - cujo nome verdadeiro é Cícera Alves de Sena - deve acontecer no domingo, mas a família, temendo alguma reação de pessoas ligadas ao noivo dela, pediu para não divulgar o local do velório ou do enterro.
Em poder da polícia, as filmagens mostram que Amanda e Vieira começaram a discutir no fim da tarde de quinta-feira, 16, na casa em que viviam em Nova Iguaçu, cidade na Baixada Fluminense. O bate-boca vira agressão. Vieira a derruba e a seguir bate com a cabeça de Amanda violentamente no chão. Depois, a golpeia várias vezes com uma pistola. A dançarina desmaia no chão. Ele pega uma escopeta calibre 12 e dispara cinco vezes contra a cabeça da mulher. As imagens do circuito interno de segurança e fotos do corpo da dançarina foram parar nas redes sociais.
Após o crime, Miltinho furtou um carro para fugir, mas logo na saída envolveu-se em um acidente de trânsito e foi preso.
Apesar de estar noivo do ex-integrante da banda funk, Amanda não se mostrava satisfeita com o relacionamento, segundo disse Emilly Cristina Rodrigues de Sena, de 11 anos, filha de Amanda que mora com a avó em Anápolis. De acordo com a garota, sua mãe conheceu Miltinho em dezembro e já na festa de fim de ano ele a pediu em casamento. “De imediato minha mãe não aceitou, mas depois eles conversaram melhor e ela aceitou”, disse a filha, lembrando que alguns dias depois eles se desentenderam e ela quis interromper o relacionamento. “Ele ficou desesperado a ponto de colocar fogo no próprio corpo, tendo inclusive de ficar internado em um hospital”, disse a menina.
A família diz que Amanda voltaria para Anápolis nos próximos dias. Uma amiga da família, que pediu para não ser identificada, acredita que Amanda tentava se livrar do noivo, depois de ver que ele era uma pessoa desequilibrada.
Mesmo morando distante, Emilly e a mãe mantinha um relacionamento intenso. “A gente se via de dois em dois meses, algumas vezes ela vinha me ver, outras vezes eu ia para o Rio”, relatou a filha, afirmando que ficou com Amanda boa parte do meses de dezembro e janeiro últimos, durante as férias, como acontecia todo ano. A jovem disse não gostava do noivo da mãe. “Eu sempre o achei estranho”, disse.

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